sexta-feira, 27 de maio de 2011

USINA ELETRICA

                                          UZINA ELÉTRICA


                                                        CONRUÇâO CIVIL.

A Usina Hidrelétrica de Florestal foi construída por determinação do, então, Governador do Estado de Minas Gerais Dr. Benedito Valadares, sendo naquela ocasião seu Secretário de Estado, o Dr. Israel Pinheiro. A Usina foi construída antes da CEDAF e pertencia ao D.A.R. de Belo Horizonte.

O terreno de origem da usina era de propriedade do Sr. Martinho Alves, que foi adquirido para instalação da usina, cuja finalidade na época era fornecer energia elétrica para a Fazenda do Estado, que foi construída a partir da desapropriação de terras desde o período de 1936 até 1938, ocasião em que foi inaugurada a Fazenda Escola de Florestal.







Estima-se que esta usina foi construída pela Empresa de Construção Civil de Viçosa, a mesma foi construtora dos prédios da CEDAF e da Escola Estadual Serafim Ribeiro de Rezende. Nesta época, Florestal ainda era distrito de Pará de Minas. Além de atender à demanda inicial da Fazenda do Estado, a usina passou a fornecer energia elétrica para Florestal e posteriormente, para as fábricas de tecido de Pará de Minas, atendendo também aos distritos de Gameleira, Tavares, Maravilhas, CEDAF, Varginha, Cova Dantas e Valentim.



Foi inaugurada no dia 17 de setembro de 1938 pelo Prefeito de Pará de Minas, Francisco Valadares, que era irmão de Benedito Valadares. E funcionou de 1938 até 1983, quando foi desativada devido ao volume das águas que já não era suficiente para movimentar as suas duas turbinas. O processo contínuo de assoreamento e a drástica redução do reservatório de represas, além da falta de manutenção dos maquinários, acabaram tornando-a o bsoleta.

Mesmo no final de sua existência, contribuiu significativamente para a melhoria de padrão de vida dos habitantes de Florestal e da própria escola (CEDAF) que formava técnicos vindos de toda parte de Minas Gerais e também de outros estados. No início, como a demanda era pequena, o volume de água existente era suficiente para movimentar a usina por vinte e quatro horas ininterruptamente. Com o passar do tempo, mediante a redução do volume de água e o crescimento da demanda, o tempo de funcionamento da usina foi sendo reduzido. A barragem da usina foi construída manualmente, com pedras e concreto. Suas turbinas de origem Alemã vieram de navio até o Rio de Janeiro e de lá até Juatuba, de trem-de-ferro. Para chegarem ao local onde seriam instaladas, foram usados caminhões Chevrolet, existentes naquela época.





A primeira moradora da casa do lado de baixo da Usina foi Dona Maria do Agostinho Dutra, depois de sua morte passou a ser o Sr. Miguel Silveira Diniz, que a vendeu para o Doutor Jadeu.

Quando a capacidade de voltagem da Usina não dava mais para atender às necessidades da região, passou a ser administrada pela CEMIG. Somente após o aumento de sua voltagem é que a região pode ser industrializada.





Há de se ressaltar sua importância no funcionamento dos primeiros rádios, importados da Holanda, como por exemplo, os de propriedade do Sr. Emílio Faria e Jovelino Faria, que na ocasião dos períodos de Semana Santa, transmitiam os sermões diretamente de Ouro Preto e de São João Del Rei à população de Florestal que se aglomerava em frente a essas duas casas.

Dizem que em certas horas do dia, a energia era tão fraca que um palito de fósforo iluminava mais que ela. Aconteciam quedas bruscas que até chegavam a queimar aparelhos e eletrodomésticos.

Desde a sua construção até a sua desativação, além dos benefícios da energia elétrica, a usina ainda contribuiu com seu reservatório de água para a recreação dos habitantes de Florestal, e até mesmo para a pesca de subsistência dos seus moradores.

Durante o período de seu funcionamento operaram a usina os senhores:

Messias José dos Santos,

Antônio Jacinto da Silva,

José Silveira,

Getúlio,

Camilo,

José Gonçalves,

Valter José da Rosa,

Joãozinho do Zeca Pompeano,

Regino Luiz da Cunha – este trabalhou como encarregado geral durante todo o período de funcionamento,

Raimundo Silveira foi o último funcionário da usina que assistiu a sua desativação.

A antiga usina é uma importante edificação com características de arquitetura industrial.

De implantação térrea em sítio de especial destaque, em declive, de um único pavimento. O sistema construtivo mostra-se original, feito em alvenaria de pedras e tijolos, compondo volumetria definida por partido retangular, vedação em paredes de tijolos cozidos e cobertura em quatro águas de telhas cerâmicas, tipo francesas. Uma curiosidade, o cimento usado na construção da usina era importado, pois nesta época não havia cimento no Brasil.

O acesso à edificação é feito por estradas de terra e iluminado por postes de feições contemporâneas.

Na fachada frontal implantaram-se três vãos, um de porta com duas folhas e dois de janelas de vidro quadriculadas em três segmentos intercalados. A fachada lateral esquerda é beneficiada pela natureza das águas, e pelo manejo de pedras e plantas nativas.





A Antiga usina possui traços da arquitetura “art-deco”, sendo observado nos recortes geométricos da platibanda com cantos arredondados e nos formatos geometrizados e com linhas retas dos ornamentos estruturais e das janelas de vidro, típicos da proposta da arquitetura art-deco.

No seu interior apresenta pisos hidráulicos e não possui forros. O acesso principal dá-se pela porta de duas folhas de madeira, aloja dois geradores acoplados a duas turbinas com capacidade de 600KW de fabricação Escher Wiss, tipo Francis, de motor duplo e caixa fechada, em eixo horizontal e regulador hidráulico de velocidade. Possui também painel em mármore com os componentes necessários ao seu bom funcionamento.Desde a desativação da usina, o edifício estava entregue ao vandalismo e ao abandono. A Usina da Barragem de Florestal foi tombada em 2005 pelo Patrimônio Histórico, foi restaurada.



A Usina da Barragem de Florestal foi tombada em 2005 pelo Patrimônio Histórico, foi restaurada.

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