domingo, 29 de maio de 2011

Saúde - 8ªD


Carlos Justiniano Ribeiro Chagas nasceu no município de OliveiraMinas Gerais, em 9 de julho de 1878, filho de José Justiniano Chagas e Mariana Cândida Ribeiro de Castro Chagas. O lugar de seu nascimento foi na Fazenda Bom Retiro, onde seus antepassados, de ascendência portuguesa, se enraizaram.
Seu paicafeicultor, morreu quando tinha quatro anos de idade, ficando a cargo de sua mãe a administração do cultivo de café e da criação dele e de seus outros quatroirmãos: Maria Rita, José (que morreu com três anos de idade), Marieta e Serafim. Eles vão morar em outra propriedade da família, a Fazenda Boa Vista, próxima a Juiz de Fora, também no estado de Minas Gerais.
Em Oliveira, teve convivência direta com três tios maternos, Cícero, Olegário e Carlos. Os dois primeiros eram advogados formados em São Paulo e incentivaram o sobrinho a se dedicar aos estudos. Porém, o último, era formado em Medicina e organizou uma casa de saúde na cidade. As ações desse tio o influenciaram para seguir a carreira médica.
Aos oito anos de idade e já alfabetizado, foi matriculado no Colégio São Luís, dirigido por jesuítas, em Itu, interior de São Paulo, mas foge do internato em 1888, para ir ao encontro da mãe, em Juiz de Fora, ao saber que os escravos recém-libertados estariam depredando fazendas. A punição para essa fuga foi a expulsão de Chagas do Colégio pelos padres jesuítas.
Após encerrar os estudos secundários, Chagas ingressou no curso preparatório para a Escola de Minas de Ouro Preto por vontade de sua mãe, que gostaria de vê-lo formado em Engenharia. Aí, com a companhia de colegas do curso, aderiu a vida boêmia. Adoentado, em 1896, depois de reprovado nos exames, volta para Oliveira.

Estudos
Durante o tempo de recuperação em sua cidade-natal, seu tio Carlos fortaleceu a vontade de Chagas em ser médico e ajudou-o a vencer a barreira de sua mãe, que acabou aceitando a opção de seu filho. Seguiu então para São Paulo, para obter os diplomasbásicos exigidos para matrícula no curso médico. Conseguindo tal certificado, em fevereiro de 1897, segue para o Rio de Janeiroa fim de entrar à Faculdade de Medicina.
Aos 18 anos, passou a cursar a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde este mesmo tio trabalhava, em abril de 1897. Tal faculdade vivia uma "revolução pasteuriana", pois havia adquirido as teses de Louis Pasteur e estava passando por um processo de renovação. Chagas, assim, também leva essas idéias adiante em seu trabalho. Ao longo do curso, dois professores exerceram grande influência em sua carreira: Miguel Couto, que apresentou a Chagas as noções e as práticas da clínica moderna e com quem passaria a ter uma estreita amizade; e Francisco Fajardo, que colocou Chagas no estudo de doenças tropicais, especialmente da malária, e que seria de grande importância para sua futura carreira. Assim, esses dois professores apresentaram os dois caminhos que se abriram para Chagas no decorrer de seu curso médico: a clínica e a pesquisa científica.
Concluído o curso, em 1902, para elaborar sua tese (pré-requisito para o exercício da medicina), dirigiu-se ao Instituto Soroterápico Federal, na fazenda de Manguinhos, levando uma carta de apresentação de seu professor, Miguel Couto, a Oswaldo Cruz, diretor do Instituto, onde teve seu primeiro contato com aquele que veio a trabalhar, ser seu grande mestre e tornar-se amigo.
Aceito e orientado por Oswaldo Cruz, Chagas começou a trabalhar no Instituto Soroterápico Federal (que após 1908 passou-se a chamar Instituto Oswaldo Cruz) e elege como tema de sua tese o ciclo evolutivo da malária na corrente sangüínea. Assim, em março de 1903, estava concluído a sua tese, o "Estudo Hematológico do Impaludismo" e em maio do mesmo ano terminou seus estudos. Oswaldo Cruz, que assumiu simultaneamente a direção de Manguinhos e a Diretoria Geral de Saúde Pública, nomeou Chagas como médico do instituto, cargo que foi recusado por preferir, em 1904 trabalhar como clínico no Hospital de Jurujuba, em Niterói. Nesse ano instalou seu laboratório particular no Rio de Janeiro e casou-se com Íris Lobo, que dessa união nasceriam seus dois filhos, Evandro (em 1905) e Carlos Filho (em 1910); ambos seguiriam a carreira médica do pai.

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