quarta-feira, 25 de maio de 2011

Industrialização brasileira - 8ª F


Industrialização brasileira

A estrutura industrial brasileira
Para entendermos como o Brasil chegou a seu atual estágio industrial e conjuntura eco­nômica, temos de conhecer um pouco do contexto histórico do processo de industria­lização do país.
Em 1919, as fábricas de tecidos, roupas, alimentos, bebidas e fumo eram responsáveis por 70% da produção industrial brasileira. Em 1939, no início da segunda guerra mundial, essa porcentagem havia se reduzido para 58% por causa do aumento da participação de outros produtos, como aço, máquinas e material elétrico, mas a industrialização brasileira ainda contava, predominantemente, com a instalação de indústrias de bens de consumo não-duráveis e investimentos de capital privado nacional.

Distribuição espacial da indústria brasileira
Embora desde o início do século xx o eixo são paulo- rio de janeiro fosse responsável por mais de metade do valor da produção industrial brasileira, até a década de 1930 a organização espacial das atividades econômicas era dispersa. As atividades econômicas regionais progrediam de forma quase totalmente autônoma. A região sudeste, onde se desenvolvia o ciclo do café, qua­se não interferia ou sofria interferência das atividades econômicas que se desenvolviam no nor­deste (cana, tabaco, cacau e algodão) ou no sul (carne, indústria têxtil e pequenas agroindústrias de origem familiar). As indústrias de bens de consumo, as maiorias ligadas aos setores alimentícios e têxteis escoavam a maior parte da sua produção apenas em escala regional. Somente um pequeno volume era destinado a outras regiões, não havendo significativa competição entre as indústrias instaladas nas diferentes regiões do país, consideradas até então arquipélagos econômicos regionais.
com a crise do café e o início da industrialização, comandada pelo sudeste, esse quadro se alterou. A oligarquia agrária do setor cafeeiro deslocou investimentos para o setor industrial, implantando, principalmente em São Paulo, fábricas modernas para os padrões da época. O governo federal, presidido por Getúlio Vargas, promoveu a instalação de um sistema de transportes integrando os arquipélagos econômicos regionais. Houve uma invasão de produtos industriais do sudeste nas demais regiões do país, o que levou muitas indús­trias, principalmente nordesti­nas, à falência. Assim, com a crise do café, iniciou-se o pro­cesso de integração dos merca­dos regionais, comandado pelo centro econômico mais dinâmi­co do país, o Eixo São Paulo - Rio De Janeiro.
além de terem se iniciado com mais força no sudeste, as atividades industriais tenderam a concentrar-se nessa região por causa de dois fatores básicos: a complementaridade industrial as indústrias de autopeças ten­dem a se localizar próximo às automobilísticas, as petroquí­micas, próximo às refinarias etc. - e a concentração de investimentos públicos no setor de infra-estrutura industrial - pressionados pelos detentores do poder econômico, os governantes costu­mam atender às suas reivindicações. O governo gastaria menos concentrando investimentos em determinada região em vez de espalhá-los pelo território nacional, sobretudo no início do pro­cesso de industrialização, quando os recursos eram mais escassos.
Essa concentração das atividades econômicas perdurou até o final da década de 1970 e iní­cio da seguinte, quando começaram a ser inauguradas as primeiras usinas hidrelétricas nas regiões norte e nordeste - Tucuruí, No Rio Tocantins; Sobradinho, no Rio São Francisco; boa esperança, no Rio Parnaíba. Quando o governo passou a atender ao menos parte das necessidades de infra-estrutura das regiões historicamente marginalizadas, começou a haver um processo de dispersão do parque industrial pelo território, não apenas em escala nacional, mas regional.
Além da alocação de infra-estrutura, ao longo da década de 1990, as indústrias passaram a se dispersar em busca de mão-de-obra barata e politicamente desorganizada, provocando a inten­sificação da guerra fiscal entre estados e municípios que reduzem impostos e oferecem outras vantagens, como doação de terrenos, para atrair as empresas.
O outro foi marcado pela revolução de 1930, com Getúlio Vargas, que operou uma mudança decisiva no plano da política interna, afastando do poder do estado oligarquias tradicionais que representavam os interesses agrário-comerciais. Getúlio Vargas adotou uma política industrializante, a substituição de mão-de-obra imigrante pela nacional. Essa mão-de-obra era formada no rio de janeiro e São Paulo em função do êxodo rural (decadência cafeeira) e movimentos migratórios de nordestinos.
Vargas investiu forte na criação da infra-estrutura industrial: indústria de base e energia. Destacando-se a criação de:



o        Companhia Vale Do Rio Doce (1943)


Foram fatores que contribuíram para o desenvolvimento industrial a partir de 1930:
O grande êxodo rural, devido a crise do café, com o aumento da população urbana que foi constituir um mercado consumidor.
A redução das importações em função da crise mundial e da 2ª guerra mundial, que favoreceu o desenvolvimento industrial, livre de concorrência estrangeira.
esse desenvolvimento ocorreu principalmente em São Paulo, Rio De Janeiro, Minas Gerais E Rio Grande Do Sul, definindo a grande concentração espacial da indústria, que permanece até hoje.
Uma característica das indústrias que foram criadas desde a 1ª guerra mundial é que muitas delas fazem apenas a montagem de peças produzidas e importadas do exterior. São subsidiárias das matrizes estrangeiras.
No início da 2ª guerra mundial o crescimento diminuiu porque o Brasil não conseguia importar os equipamentos e máquinas que precisava. Isso ressalta a importância de possuir uma indústria de bens de capital.
Apesar disso as nossas exportações continuaram a se manter acarretando um acúmulo de divisas. A matéria-prima nacional substituiu a importada.
Ao final da guerra já existiam indústrias com capital e tecnologia nacionais, como a indústria de autopeças.

a revolução de 1930 foi um divisor de águas no processo brasileiro de industrialização. Com Getúlio Vargas na presidência da república tem início o reconhecimento de uma realidade industrial, traduzida na criação do ministério do trabalho, das leis sociais e de sindicalização.
Lindolfo Collor, 1.º ministro do trabalho visitando uma indústria

O presidente Getúlio Vargas prestigiava as lideranças do setor industrial, como Euvaldo Lodi, Roberto Simonsen E Américo Renê Giannetti, que colaboraram com o governo na elaboração da legislação reguladora do trabalho, na montagem da estrutura sindical e na definição da política econômica. Através da participação em órgãos como o conselho federal de comércio exterior (1934) e o conselho nacional de política industrial e comercial (1944), essas lideranças participaram do planejamento econômico do país e, pela primeira vez, o desenvolvimento industrial passou a ser considerado essencial à consolidação da soberania nacional.

industrialização no Brasil pode ser dividida em quatro períodos principais: o primeiro período, de 1500 a 1808, chamado de "Proibição"; o segundo período, de 1808 a 1930, chamado de "Implantação"; o terceiro período, de 1930 a 1956, conhecido como fase da Revolução Industrial Brasileira, e o quarto período, após 1956, chamado de fase da internacionalização da economia brasileira.

Segunda fase (1850-1930)
Em 1850 é assinada a Lei Eusébio de Queirós proibindo o tráfico intercontinental de escravos(embora o tráfico interprovincial continuasse, destacando-se a transferência de escravos da decadente economia nordestina para o Vale do Paraíba, que vivia a ascensão da cafeicultura)e que trouxe duas conseqüências importantes para o desenvolvimento industrial:
  • Os capitais que eram aplicados na compra de escravos ficaram disponíveis e foram aplicados no setor industrial.
  • A cafeicultura que estava em pleno desenvolvimento necessitava de mão-de-obra. Isso estimulou a entrada de um número considerável de imigrantes, que trouxeram novas técnicas de produção de manufaturados e foi a primeira mão-de-obra assalariada no Brasil. Assim constituíram um mercado consumidor indispensável ao desenvolvimento industrial, bem como força de trabalho especializada.
O setor que mais cresceu foi o têxtil, favorecido em parte pelo crescimento da cultura do algodão em razão da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, entre 1861 e 1865.
Na década de 1880 ocorreu o primeiro surto industrial quando a quantidade de estabelecimentos passou de 200, em 1881, para 600, em 1889.
Esse primeiro momento de crescimento industrial inaugurou o processo de substituição de importações.
Entre julho de 1914 e novembro 1918 ocorreu a Primeira Guerra Mundial e, a partir dai, vamos constatar que os períodos de crise foram favoráveis ao nosso crescimento industrial. Isso ocorreu também em 1929 com a Crise Econômica Mundial / Quebra da Bolsa de Nova Iorque e, mais tarde, em 1939 com a 2ª Guerra Mundial, até 1945.
Nesses períodos a exportação do café era prejudicada e havia dificuldade em se importar os bens industrializados, estimulando dessa forma os investimentos e a produção interna, basicamente indústria de bens de consumo.
Em 1907 foi realizado o 1° censo industrial do Brasil, indicando a existência de pouco mais de 3.000 empresas. O 2° censo, em 1920, mostrava a existência de mais de 13.000 empresas, caracterizando um novo grande crescimento industrial nesse período, principalmente durante a 1ª Guerra Mundial quando surgiram quase 6.000 empresas.
Predominava a indústria de bens de consumo que já abastecia boa parte do mercado interno.
O setor alimentício cresceu bastante, principalmente exportação de carne, ultrapassando o setor têxtil. A economia do país continuava, no entanto, dependente do setor agroexportador, especialmente o café, que respondia por aproximadamente 70% das exportações brasileiras...

Um comentário:

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