quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Monitoramento Ambiental


A Engenharia Florestal como atividade no Brasil, existe desde que o Brasil é Brasil, isto é, século XVI. Contudo, a atividade, como profissão, teve seus primeiros contornos no século XIX quando houve a tentativa de se formar Silvicultores de nível superior conforme Decreto Imperial 5.957, de 1875. Ao longo do período de 1875 até 1933, a atividade de silvicultura foi legada aos agrônomos em eventuais referências em disciplinas do curriculum universitário.
   Em 1933 as atividades de “reflorestamento, conservação, defesa, exploração e industrialização de matas” passaram a ser atribuições legais dos engenheiros agrônomos, mesmo não recebendo instrução acadêmica para tal. Com o advento do Código Florestal de 1934, o ensino e a formação de profissionais florestais ficaram oficializados, prevendo a formação de agentes florestais; contudo, não implantada. Essa tentativa foi realizada novamente conforme a Lei 1.514/39, instituindo “Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização” regulares titulando “Agrônomo Silvicultor”, os quais apresentaram sérios problemas de operacionalização.
   A formação específica de profissionais Engenheiros Florestais só foi abordada no Brasil a partir de 1948, na Conferência Latino-Americana Florestal e de Produtos Florestais onde foi recomendada a criação do Instituto Latino-Americano de Ciências Florestais pela Subcomissão sobre Florestas Inexploradas da FAO (1947). A importância ambiental e comercial das florestas nativas no período pós-guerra e a pouca repercussão das tentativas até então experimentadas nas escolas de agronomia sugeram a criação de cursos de Engenharia Florestal nos modelos norte europeu e americano. A FAO contratou estudo para localização de curso de Engenharia Florestal pioneiro na América Latina, onde houve zoneamento em 7 regiões em função da localização de florestas nativas e, apesar de três destas se localizarem no Brasil, foi o Chile o país contemplado, seguindo-se Argentina e Colômbia com estabelecimento de cursos apoiados pela organização internacional.
   Em 1949, o Anuário Brasileiro de Economia Florestal faz referência à necessidade de se formar Engenheiros Florestais, o que continuou a sugerir até 1962. Em 1950, de acordo com Pereira (15), iniciou-se a consciência de criação de cursos de Engenharia Florestal e formação de Engenheiros Florestais no nosso País. No I Congresso Florestal Brasileiro, realizado em 1953, foram apresentadas diversas moções de criação de Escola de Florestas, sugerindo localizações, oportunidades, necessidades e justificativas, onde há relatos interessantes sobre a pouca importância dada aos ensinamentos da silvicultura, manejo e industrialização florestal nos cursos de agronomia. A partir das recomendações do congresso surgiu um projeto de lei para estabelecimento de curso de Engenharia Florestal; contudo, com fraco acompanhamento de tramitação. No ano de 1957, na Reunião Florestal de Itatiaia, é citada a necessidade da criação de Curso de Engenharia Florestal, onde se decide pelo melhor acompanhamento do projeto de lei na Câmara Federal de Deputados.
As negociações sobre o assunto junto ao governo federal progrediram com os ministros da Agricultura, Mario David Meneghetti; da Educação e Cultura, Clóvis Salgado da Gama, tendo sido o Professor Catedrático de Silvicultura em Viçosa, Arlindo de Paula Gonçalves fundamental participação para este acontecimento (CAPDEVILLE,1991). As negociações no âmbito legislativo tiveram integral apoio de Juscelino Kubitshek, com uma condição básica; desde que fosse em Minas Gerais. Outras localidades sugeriam receber uma escola pioneira, como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Pará. 

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