quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Comunicação


Greve de telefonistas em Jaú interrompe comunicação em 1925

Dezessete mulheres colocaram Jaú em polvorosa em 1925 e puseram o Município nas páginas dos principais jornais do País, ao deflagrar uma greve na estação local da Companhia Telefônica Brasileira (CTB), por questões salariais. No dia 1º de outubro daquele ano, as telefonistas abandonaram suas mesas e deixaram a cidade sem comunicação telefônica por três dias. 
Naquela época não havia discagem direta e todos os telefonemas, fossem locais ou para outras cidades, só podiam ser feitos com o auxílio de uma telefonista. 
As funcionárias haviam pedido à empresa aumento em seus ordenados no dia 9 de setembro. A resposta veio somente no primeiro dia de outubro, pela boca de inspetor da CTB, que teria se manifestado de forma um tanto antipática. Nenhum aumento seria dado e quem não estivesse de acordo com a resolução poderia ir-se embora. 
"Immediatamente todas as moças, num bello rasgo de solidariedade, abandonaram seus postos, retirando-se da estação", reporta o Comércio, em edição do dia 2 de outubro de 1925.  
As grevistas eram a telefonista-chefe Maria Sarti e as colegas Maria Fuzer, Isolina Fávero, Rosa Frigo, Deolinda Zaccardo, Carmem de Souza Pinto e Carolina de Souza Pinto, encarregadas das mesas interurbanas; e Thereza Romeu, Nella Piva, Maria de Salles, Norma Massocato, Ignez Coagliato, Conceição Munhoz, Elvira Pintone, Helena Vannucci, Narcisa Romeu e Verônica Lourenço, que trabalhavam nas mesas da cidade, fazendo as ligações locais. 
É citado que as primeiras, que faziam as ligações interurbanas, ganhavam entre 105 e 120 mil réis; as demais, entre 60 e 80 mil réis. Elas pediam um aumento de 20 mil réis em seus salários. 

Embaraços

Negociantes de café e farmacêuticos chegaram a enviar telegramas ao representante da companhia em São Paulo, Manoel H. Sylvia, pedindo providências para que fosse resolvido o problema criado pela greve, que já estaria causando sérios prejuízos. 
Mas os munícipes, conforme traz o jornal, não se puseram contrários ao movimento das telefonistas, por compreender suas reivindicações.  A estação telefônica de Jaú produzia naqueles anos uma renda colossal para a companhia, só inferior às estações de São Paulo e Santos. 
Em um sábado, dia 3 de outubro, chegavam a Jaú 12 telefonistas enviadas de São Paulo pela Telefônica para retomar os serviços. As ligações interurbanas foram precariamente restabelecidas, mas as locais continuavam interrompidas e só foram retomadas aos poucos. 
A CTB faz afixar na estação comunicado que concederia aumento salarial, mas não especifica de quanto seria, nem procura oficialmente as grevistas para negociar. No dia 7 de outubro, o Centro Operário Beneficente e Instructivo de Jahu resolve, em assembleia geral, dar apoio à greve. 
O movimento ganha as páginas da imprensa nacional. A Folha da Manhã, criada em julho de 1925, traz informações sobre o impasse nas edições do dia 8 e 10 de outubro. A paralisação também é divulgada no Diário da Noite e no Jornal do Brasil (JB). A coluna não conseguiu confirmar, mas o Comércio traz informação que teria sido publicada no JB, registrando a greve de Jaú como o primeiro movimento feminino neste gênero do País por questões salariais.
A greve terminou no dia 9 de outubro. A CTB segredou o valor concedido, mas fez acordo com 11 das 17 telefonistas, que retornaram ao serviço. Cinco funcionárias - Maria Sarti, Isolina Fávero, Deolinda Zaccardi, Nella Piva e Maria Fuzer - não foram aceitas de volta, sob o pretexto de que teriam sido as cabeças do movimento. 
Elas foram substituídas por outras operárias, contratadas por salários bem inferiores que os das demitidas. O Comércio destaca a ganância da CTB em sua edição de 11 de outubro e faz uma conclusão. "Pelo que se vê, a Companhia lucrou com a greve.
                                                                          Ministro da fazenda e presidente.
 
No ano de 1925 o Brasil estava sendo governado pelo presidente  Authur da Silva Bernardes .
                                       
                                                                                  Fichamento
 Com esse trabalho podemos descobrir coisas novas que aconteceu no ano de 1925.

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