quinta-feira, 13 de outubro de 2011

BARUER




Municípios de Parnaíba (1875-1944);
Santana de Parnaíba (1944-1949);
Barueri (1949-2010), SP

 
                           Os livros de atas da Câmara de Santana de Parnaíba, Parnaíba até 1944, contam alguns fatos interessantes sobre a estação de Barueri e seus arredores no início do século XX. Por exemplo, em 1916, quando o núcleo ainda podia ser visto inteiro da estação, ainda havia porcos e galinhas circulando pelas ruas do povoado, e a população reclamava do imposto de viação que era cobrado nos trens de subúrbio que ali paravam. Em 1918, a iluminação do núcleo ainda era feita a acetileno e nesse ano estava sendo substituída pelo querosene, com a troca dos lampiões na estação, na pequena vila e no posto policial. No mesmo ano, surgiu a gripe espanhola no município, de Parnaíba, que começou exatamente em Barueri espalhando-se depois pelo resto do município: claro, era pela estrada de ferro que chegavam os forasteiros vindos de São Paulo e de Santos. Também se lamentava que apesar de uma luta que já se prolongava por 30 anos, fracassava a Companhia Parnaibana, mais uma das empresas que se queriam levar um ramal férreo para a sede em Parnaíba e não conseguiram. Em 1919, houve a primeira proposta, de um engenheiro luxemburguês de nome Emilio Ruentgen, para o fornecimento de luz elétrica ao agora já distrito de Barueri. Em 1922, mesmo ano em que se abriu a "moderna" estrada São Paulo-Mato Grosso, no seu primeiro trecho São Paulo-Itu e que passava por Barueri e Parnaíba, a prefeitura de Barueri pedia ao Estado a cessão da área dos Campos da Estação de Barueri para a construção de um cemitério publico para o distrito. A questão da luz elétrica continuava: a proposta de 1919 não vingou e agora pedia-se à Light que estendesse a sua energia para Barueri. Ainda em 1922, definiu-se pela primeira vez o perímetro urbano do Distrito de Barueri, que era, realmente, apenas as ruas centrais entre a linha da Sorocabana e o rio São João. Em 1923, a prefeitura planejava o alargamento do largo da Estação de Barueri a começar da ponte. Para isso precisaria desapropriar terrenos de um certo Joaquim Feres. Tanto este assunto quanto o do cemitério continuam pelo mesmo ano. Chama-se até o vigário de Parnaíba para expor na Câmara que "o estado do cemitério de Aldeia de Barueri, que era antigo e o que era utilizado, era tão ruim que a Câmara deveria proibir ali novos sepultamentos". Ainda nesse ano, um tal José Ferreira Ilheo pede autorização para instalar em Barueri "uma bomba de fabricação Gilbert & Baker com tanque subterrâneo de 2000 litros destinada à venda de gasolina Atlantic". Possivelmente tenha sido este o primeiro posto de gasolina em Barueri.Fora isso, ainda em 1923 foi feito o apedregulhamento do largo da Igreja no distrito. Novas noticias somente em janeiro de 1928, quando finalmente Barueri ganha luz elétrica, fornecida pelas Indústrias Reunidas Kenworthy, empresa dona de uma fabrica de tecidos em Cotia. No fim do ano, a concessão foi repassada à Light. Em fevereiro de 1929, o largo da Estação passa a ser chamado de Largo de São João, enquanto o perímetro urbano de Barueri aumenta "desde o ultimo poste de iluminação pública situado no alto, até a entrada da estrada do bairro dos Altos". Em 1930, os moradores de Barueri pedem à Câmara que "faça desaparecer o quadrado cercado a arame farpado na frente da estação da Sorocabana, para uso da ferrovia, pois a área é importante para o desenvolvimento local". Seis anos se passam e em 1936 o Prefeito de Parnaíba consegue o crédito para construir o cemitério de Barueri, depois de vencer todas as batalhas com a cessão dos terrenos dos Campos da Estação - que eram, na verdade, da Sorocabana, e esta do governo - com o Estado. Ainda em 1936, fechou-se em outubro um contrato com Pedro Pizani para que ele instale seu frigorífico perto da estação. Também se negocia com a Secretaria da Viação para que a Sorocabana doe o terreno no largo de São João para embelezamento do largo e para servidão pública. Em junho de 1937, o caso ainda não estava resolvido com a Sorocabana. Em compensação, o cemitério estava, finalmente, terminado

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