O teatro no Brasil surgiu
no século XVI, tendo como motivo a propagação
da fé religiosa.
Dentre uns poucos autores, destacou-se o padre José de Anchieta, que escreveu alguns autos (antiga
composição teatral) que visavam a catequização dos indígenas, bem como a integração entre portugueses, índios e espanhóis. Exemplo
disso é o Auto de São Lourenço, escrito em tupi-guarani, português e espanhol.
Um hiato de dois séculos separa a atividade teatral jesuítica da
continuidade e desenvolvimento do teatro no Brasil. Isso porque, durante os
séculos XVII e XVIII, o país esteve
envolvido com seu processo de colonização (enquanto colônia de Portugal) e em batalhas de defesa do território
colonial. Foi a transferência da corte portuguesa
para o Rio de Janeiro, em 1808, que trouxe inegável progresso para o
teatro, consolidado pela Independência, em 1822.
O ator João Caetano estimulou a formação dos atores
brasileiros e valorizou o seu trabalho e
formou, em 1833, uma companhia brasileira. Seu nome está
vinculado a dois acontecimentos fundamentais da história da dramaturgia
nacional: a estreia, em 13 de março de 1838, da peça Antônio
José ou O Poeta e a Inquisição, de autoria de Gonçalves de
Magalhães, a primeira tragédia escrita por um brasileiro e a única
de assunto nacional; e, em 4 de outubro de 1838,
a estreia
da peça O Juiz de Paz na Roça,
de autoria de Martins Pena, chamado na
época de o "Molière brasileiro", que abriu o filão da comédia de costumes, o gênero
mais característico da tradição cênica brasileira.
Gonçalves de
Magalhães, ao voltar da Europa em 1867, introduziu no Brasil a influência romântica, que iria nortear escritores,
poetas e dramaturgos. Gonçalves Dias (poeta romântico) é um dos mais
representativos autores dessa época, e sua peça Leonor de Mendonça teve altos méritos, sendo até hoje
representada. Alguns romancistas, como Machado de Assis, Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, e poetas
como Álvares de Azevedo e Castro Alves, também
escreveram peças teatrais no século XIX.
O século XX despontou com um sólido teatro de
variedades, mescla do varieté francês e
das revistas portuguesas. As companhias
estrangeiras continuavam a vir ao Brasil, com suas encenações trágicas e suas óperas bem
ao gosto refinado da burguesia. O teatro ainda não recebera as
influências dos movimentos modernos que pululavam na Europa desde
fins do século anterior.
Os ecos da modernidade chegaram ao teatro brasileiro na obra de Oswald de Andrade,
produzida toda na década de 1930, com
destaque para O Rei da Vela,
só encenada na década de 1960 por José Celso Martinez
Corrêa. É a partir da encenação de Vestido de Noiva, de Nélson Rodrigues, que nasce o moderno teatro
brasileiro, não somente do ponto-de-vista da dramaturgia, mas também da
encenação, e em pleno Estado Novo.
Surgiram grupos e companhias estáveis de repertório. Os mais
significativos, a partir da década de 1940, foram: Os Comediantes,
o TBC, oTeatro Oficina, o Teatro de Arena, o Teatro dos Sete, a Companhia Celi-Autran-Carrero, entre outros.
Quando tudo parecia ir bem com o teatro brasileiro, a ditadura militar veio impor a censura prévia
a autores e encenadores, levando o teatro a um retrocesso produtivo, mas não
criativo. Prova disso é que nunca houve tantos dramaturgos atuando
simultaneamente.
Com o fim do regime militar, no início
da década de 1980, o teatro
tentou recobrar seus rumos e estabelecer novas diretrizes. Surgiram grupos e
movimentos de estímulo a uma nova dramaturgia.
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