MONITORAMENTO AMBIENTAL
Efeito Estufa
Emissões de gases com efeito de estufa representam menos de 1% do volume total da atmosfera, mas produzem intenso efeito estufa natural que impede a liberação de energia térmica no espaço.
Esses
gases contribuem para o isolamento da superfície global contra perdas
de calor, que poderia ser comparado com uma manta isolante em uma cama,
quer dar um exemplo prático. Sem este efeito de estufa, as temperaturas na superfície da Terra seria cerca de média, 33 ° C mais frio.
Matemático francês M. Fourier (1827) teve a hipótese de efeito de estufa, e, posteriormente, o químico sueco Svante Arrhenius (1896) relacionados para o clima
do passado. O cientista britânico GS Callendar (1938) foi o primeiro a
dizer que os seres humanos realmente poderia emitir gases com efeito de estufa em quantidades suficientes para causar o aquecimento global de forma significativa.
Atualmente, as medições mostram que a concentração das principais emissões de gases de efeito estufa,
o dióxido de carbono aumentou 30% em comparação com o pré-nível
industrial, principalmente por causa das emissões provenientes da
combustão do carvão, do petróleo e do gás natural para geração de energia, bem como o desmatamento. A concentração das emissões de gases com efeito de estufa
mais importante (por exemplo, metano, óxido nitroso, o ozono
troposférico e gases sintéticos como fluorocarbonetos) também aumentaram
significativamente devido às emissões antropogénicas.
Os modelos climáticos utilizados para fazer estimativas sobre o efeito estufa têm temperaturas estiamdo seria maior do que sobre a terra sobre o mar em latitudes elevadas do que em latitudes mais baixas e seriam mais importantes no inverno que no verão.
BENS DE CONSUMO
Caso Mormaii
Atualmente
um dos esportes que mais tem se desenvolvido no mundo, seja pelo número
de praticantes ou pela força econômica que suas marcas vêm atingindo, é
o surf um esporte que nasce em medos da década de 40 e realmente
se consolida no mercado mundial a partir da década de 70. Este mercado
surge como uma grande oportunidade de negócios, muito mais do que
somente um esporte o surf pode ser considerado como um estilo de
vida, pelos hábitos que cria em seus praticantes e por toda cultura que
envolve seus grupos sociais, atualmente o surf é o esporte
aquático que conta com o maior número de praticantes em todo o mundo e
com um mercado consumidor em plena e constante expansão.
A princípio esta indústria nasceu com a fabricação de pranchas de surf,
as primeiras pranchas eram produzidas artesanalmente pelos próprios
praticantes no fundo dos quintais de suas próprias moradias sendo
utilizada a madeira como matéria-prima básica para sua confecção, estas
verdadeiras “tábuas” mediam cerca de 3 metros e pesavam cerca de 80
quilos. Em meados da década de 30 um californiano chamado Robert Simmons
revolucionou a prática do esporte ao introduzir uma nova matéria-prima,
a base de petróleo, surgia então a prancha de fibra de vidro, que por
ser muito mais leve e menor do que as anteriores, possibilitou ao
praticante um maior desempenho no esporte, e consequentemente uma
evolução não só para o esporte, mais também para aqueles que perceberam
na fabricação de pranchas de surf uma nova atividade econômica.
No Brasil o esporte teve início em 1938, na cidade de Santos, litoral do
estado de São Paulo, quando Osmar Gonçalves e João Roberto Suplicy
iniciaram um projeto para a construção de uma prancha de madeira, a
primeira prancha fabricada totalmente no Brasil. Em 1964 o californiano
Peter Troy veio ao Brasil divulgar o esporte, trazendo consigo uma
prancha de fibra de vidro, isto causou nos atletas brasileiros um enorme
espanto, já que ate então os surfistas brasileiros somente tinham
utilizado as pranchas de madeira. Com a divulgação da inovação das
pranchas, agora produzidas com uma nova matéria-prima, foi fundada em
1965 a primeira fábrica de pranchas para a prática do surf no Brasil, a São Conrado Surfboards, atualmente encontramos inúmeras fabricas de pranchas de surf
no Brasil, somente em Florianópolis, capital do estado Santa Catarina,
encontramos em torno de 150 fábricas, sendo a Tropical Brasil a marca
com maior expressão, sendo esta considerada hoje, como a maior fábrica
de pranchas da América Latina.
Entretanto,
foi durante a década de setenta que o esporte passou a configurar uma
verdadeira estrutura de mercado, principalmente nos estados do Rio de
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, onde, “pipocavam” fábricas de
pranchas, campeonatos de surf, que atuaram como agentes impulsionadores da recém formada indústria de surf,
e em pouco tempo surgiram marcas especializadas na produção,
inicialmente de equipamentos para a prática do esporte, como as pranchas
e as roupas de neoprene, e posteriormente para a confecção da moda surfwear, em constante processo evolutivo a indústria de surfwear investe
constantemente em diferenciação, ampliando suas oportunidades de
negócios, hoje em dia este setor produtivo fabrica além das tradicionais
pranchas e roupas de neoprene, confecções tanto masculina quanto
feminina e infantil, calçados, óculos, cosméticos e protetores solares,
bicicletas entre outros acessórios.
A principal marca vinculada à indústria brasileira de surfwear e
líder de mercado no setor brasileiro é a Mormaii, que desenvolve uma
política de fixação da marca. Existem empresas menores que concorrem no
mercado de uma outra maneira, através da diferenciação por preço, como é
o caso das empresas Oceano e Vida Marinha, por exemplo.
A Mormaii surge no cenário nacional em 1979, fruto da paixão de um médico pediatra pelo surf,
o até então “doutor” Marco Aurélio Raimundo, popularmente conhecido
como “Morongo”, deslocou-se da cidade onde redizia Porto Alegre –
RS/Brasil, para uma pequena vila de pescadores no sul do estado de Santa
Catarina, o município de Garopaba, que na época não, possuía sequer
energia elétrica. Sua atividade produtiva teve início em função da
dificuldade de se encontrar durante a década de 70 uma roupa que
possibilitasse ao praticante do esporte exercer sua atividade em águas
de temperaturas gélidas, já que a maioria das praias da região sul do
Brasil apresenta águas com estas características, desta forma o pediatra
confeccionou na garagem de sua própria casa a primeira roupa de
neoprene totalmente nacional, a partir deste instante estava
originando-se a maior indústria de roupas de neoprene da América Latina,
a Mormaii.
PRESIDENTE DE 1938
A
Revolução de 1930, que pôs fim à Primeira República, foi, para muitos
historiadores, o movimento mais importante da história do Brasil do
século XX. Foi ela quem, para o historiador Boris Fausto, acabou com a
"hegemonia da burguesia do café, desenlace inscrito na própria forma de
inserção do Brasil, no sistema capitalista internacional"¹. Na Primeira
República, o controle político e econômico do país estava nas mãos de
fazendeiros, mesmo se as atividades urbanas eram o pólo mais dinâmico da
sociedade. Entre 1912 e 1929, a produção industrial cresceu cerca de
175%. No entanto, a política econômica do governo continuava
privilegiando os lucros das atividades agrícolas. Mas, com a crise
mundial do capitalismo em 1929, a economia cafeeira não conseguiu
manter-se. O Presidente Washington Luís (1926-1930), com algumas
medidas, tentou conter a crise no Brasil, mas em vão. Em 1929, a
produção brasileira chegava a 28,941 milhões, mas só foram exportados
14, 281 milhões de sacas, e isto num momento em que existiam imensos
estoques acumulados. O
maior partido de oposição ao partido republicano de Washington Luís era
a Aliança Liberal. Era liderado pelo então governador do Rio Grande do
Sul, Getúlio Dorneles Vargas. Mesmo sendo apoiado por muitos políticos
que tinham sido influentes na Primeira República, como os ex-presidentes
Epitácio Pessoa e Artur Bernardes, seu programa apresentava um certo
avanço progressista: jornada de oito horas, voto feminino, apoio às
classes urbanas. A Aliança Liberal foi muito influenciada pelo
tenentismo, que foi um movimento de jovens militares que defendiam a
moralização administrativa e cujo slogan era "representação e justiça".
Nas eleições de 1930, a Aliança Liberal perdeu, vencendo o candidato
republicano Júlio Prestes. Mas, usando como pretexto o assassinato do
aliancista João Pessoa por um simpatizante de Washington Luís, João
Dantas, Getúlio Vargas e seus partidários organizaram um golpe que, em
outubro de 1930, tirou Washington Luís do poder. Getúlio Vargas tomou
posse do governo no dia 3 de novembro 1930, data que ficou registrada
como sendo o fim da Primeira República.
No início de seu governo, com a centralização do poder, Vargas iniciou a luta contra o regionalismo. A administração do país tinha que ser única e não, como ocorria na República Velha, ser dividida pelos proprietários rurais. Muitas medidas que tomou "no plano econômico financeiro não resultaram de novas circunstâncias, mas das circunstâncias impostas pela crise mundial"². O Brasil dependia demais do comércio do café para que o novo presidente o abandonasse. Para controlar a superprodução e a crise no Brasil, Vargas mandou destruir todos os estoques de café. Mesmo, com a crise mundial, conhecida como "crash de 1929", houve uma intensa aceleração do desenvolvimento industrial. Entre 1929 e 1939, a indústria cresceu 125%, enquanto na agricultura o crescimento não ultrapassou 20%. Esse desenvolvimento deu-se por causa da diminuição das importações e da oferta de capitais, que trocaram a lavoura tradicional em crise, pela indústria. Mas, foi a participação do Estado, com tarifas protecionistas e investimentos, que mais influiu nesse crescimento industrial. Diferentemente do que ocorreu na República Velha, começaram a surgir planos para a criação de indústrias de base no Brasil. Esses planos realizar-se-iam com a inauguração da usina siderúrgica de Volta Redonda em 1946.
A partir de 1930, a sociedade brasileira viveu importantes mudanças. Acelerou-se o processo de urbanização e a burguesia começa a participar cada vez mais na vida política. Com o progresso da industrialização, a classe operária cresceu muito. Vargas, com uma política de governo dirigida aos trabalhadores urbanos, tentou atrair o apoio dessa classe que era fundamental para a economia, pois tinha em mãos o novo motor do Brasil: a indústria. A criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, em 1930, resultou numa série de leis trabalhistas. Parte delas visava ampliar direitos e garantias do trabalhador: lei de férias, regulamentação do trabalho de mulheres e crianças.
Todo
esse processo de desenvolvimento, no Brasil, foi acompanhado por uma
verdadeira revolução cultural e educacional que acabou garantindo o
sucesso de Vargas na sua tentativa de transformar a sociedade. Como
disse Antônio Cândido, "não foi o movimento revolucionário que começou
as reformas [ do ensino]; mas ele propiciou a sua extensão para todo o
país"³. Em 1920, reformas promovidas separadamente por Sampaio Dória,
Lourenço Filho, Anísio Teixeira e Fernando Campos já buscavam a
renovação pedagógica. A partir de 1930, as medidas para a criação de um
sistema educativo público foram controladas oficialmente pelo governo.
Esta vontade de centralizar a formação e de torná-la acessível aos mais
pobres ficou clara com a criação do Ministério da Educação e Saúde em
novembro de 1930. Seu primeiro ministro foi Francisco Campos
(1930-1932).
No início de seu governo, com a centralização do poder, Vargas iniciou a luta contra o regionalismo. A administração do país tinha que ser única e não, como ocorria na República Velha, ser dividida pelos proprietários rurais. Muitas medidas que tomou "no plano econômico financeiro não resultaram de novas circunstâncias, mas das circunstâncias impostas pela crise mundial"². O Brasil dependia demais do comércio do café para que o novo presidente o abandonasse. Para controlar a superprodução e a crise no Brasil, Vargas mandou destruir todos os estoques de café. Mesmo, com a crise mundial, conhecida como "crash de 1929", houve uma intensa aceleração do desenvolvimento industrial. Entre 1929 e 1939, a indústria cresceu 125%, enquanto na agricultura o crescimento não ultrapassou 20%. Esse desenvolvimento deu-se por causa da diminuição das importações e da oferta de capitais, que trocaram a lavoura tradicional em crise, pela indústria. Mas, foi a participação do Estado, com tarifas protecionistas e investimentos, que mais influiu nesse crescimento industrial. Diferentemente do que ocorreu na República Velha, começaram a surgir planos para a criação de indústrias de base no Brasil. Esses planos realizar-se-iam com a inauguração da usina siderúrgica de Volta Redonda em 1946.
A partir de 1930, a sociedade brasileira viveu importantes mudanças. Acelerou-se o processo de urbanização e a burguesia começa a participar cada vez mais na vida política. Com o progresso da industrialização, a classe operária cresceu muito. Vargas, com uma política de governo dirigida aos trabalhadores urbanos, tentou atrair o apoio dessa classe que era fundamental para a economia, pois tinha em mãos o novo motor do Brasil: a indústria. A criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, em 1930, resultou numa série de leis trabalhistas. Parte delas visava ampliar direitos e garantias do trabalhador: lei de férias, regulamentação do trabalho de mulheres e crianças.
Com a difusão da instrução básica, Vargas
acreditava poder formar um povo mais consciente e mais apto às
exigências democráticas, como o voto, e uma elite de futuros políticos,
pensadores e técnicos. Em 1931, o governo decretou a obrigatoriedade do
ensino religioso nas escolas públicas. Esta aproximação entre Estado e
Igreja também foi marcada pela inauguração, a 12 de outubro de 1931, da
estátua do Cristo Redentor no Corcovado. O historiador Boris Fausto
afirmou que a Igreja, em troca, "levou a massa da população católica a
apoiar o novo governo"4. Em relação ao ensino superior, o governo
procurou estabelecer as bases do sistema universitário, investindo nas
áreas de ensino e pesquisa. Foram contratados jovens professores
europeus como Claude Lévy-Strauss que se tornaria, mais tarde, o criador
da antropologia estruturalista.
Além de haver um desenvolvimento educacional, houve uma verdadeira revolução cultural em relação à República Velha. O modernismo, tão criticado antes de 1930, tornou-se o movimento artístico principal a partir do golpe de Vargas. A Academia de Letras, tão admirada antes, não tinha mais nenhum prestígio. A cultura predominante era a popular que, com o rádio, desenvolveu-se por todo o Brasil. Como analisou Antônio Cândido, "nos anos 30 e 40, por exemplo, o samba e a marcha, antes praticamente confinados aos morros e subúrbios do Rio, conquistaram o país e todas as classes, tornando-se um pão-nosso quotidiano de consumo cultural"5.
No entanto, foram os intelectuais partidários da Revolução de 1930, como Caio Prado Júnior, quem tiveram um papel essencial no processo de desenvolvimento cultural do Brasil. Sérgio Buarque de Holanda, com Raízes do Brasil principalmente, influenciou muito o desenvolvimento do nacionalismo no Brasil. Em este ensaio, Sérgio Buarque de Holanda buscou entender como se fez o processo da formação do Brasil como nação. Analisou a história desde a chegada dos ibéricos à América até os anos 1930. Este livro, como apontou Antônio Cândido, formou a mentalidade de muitos estudantes a partir de 1936, quando foi publicado6. Nesse livro, Sérgio Buarque de Holanda não só analisa o passado mas também dá os objetivos brasileiros para o futuro, principalmente no último capítulo do livro (Nossa Revolução). Raízes do Brasil demonstrou que a independência do Brasil não se fez em 1822, pois a formação de uma nação não só se devia entender em relação à administração. O Brasil, para o autor, só seria independente quando não houvesse mais marcos, a não ser o passado, da era colonial. O retrato que Sérgio Buarque fez do livro é extremamente comparativo e psicológico. O conceito de "homem cordial", que estudou em seu quinto capítulo, caracterizou o brasileiro como tendo uma personalidade única, diferente da dos europeus. Mas, como disse, "com a simples cordialidade não se criam os bons princípios"7. Por isso, defendeu tanto a industrialização e a centralização do poder, pois eram características da era pós 30 Sérgio Buarque de Holanda, com Giberto Freyre, formavam uma nova ala de intelectuais inovadores do Brasil. São os fundadores da Universidade de Ciências Sociais do Brasil e são os pioneiros dos movimentos nacionais e a favor da democratização da sociedade. Raízes do Brasil, mas também outros livros como Casa-Grande e Senzala de Gilbetro Freyre, quebra com todos os pensamentos expostos antes da Revolução de 1930. Como aponta Renato Ortiz, "o que era mestiço torna-se nacional" 8. Na República Velha, como o mostra Os Sertões de Euclides da Cunha, todas as raças que não fossem brancas eram inferiores. Mas, com suas obras, o entendimento popular da escravidão transformou-se muito. Sérgio Buarque de Holanda entende que não adianta mais separar o mundo em classes. Mas uni-las para formar uma nação.
Vem daí a crítica dos sociólogos dos anos 30 aos movimentos integralistas (fascismo brasileiro) e comunistas. Nisto ele foi importantíssimo para a Revolução de 1930 pois os grupos extremistas já estavam bem fortes e, com sua obra-prima, queriam até tomar o poder. Mesmo não sendo oficialmente marxista, sua análise do processo histórico que abriria, no futuro, a total independência do país em relação à agricultura e à Europa.
Além de haver um desenvolvimento educacional, houve uma verdadeira revolução cultural em relação à República Velha. O modernismo, tão criticado antes de 1930, tornou-se o movimento artístico principal a partir do golpe de Vargas. A Academia de Letras, tão admirada antes, não tinha mais nenhum prestígio. A cultura predominante era a popular que, com o rádio, desenvolveu-se por todo o Brasil. Como analisou Antônio Cândido, "nos anos 30 e 40, por exemplo, o samba e a marcha, antes praticamente confinados aos morros e subúrbios do Rio, conquistaram o país e todas as classes, tornando-se um pão-nosso quotidiano de consumo cultural"5.
No entanto, foram os intelectuais partidários da Revolução de 1930, como Caio Prado Júnior, quem tiveram um papel essencial no processo de desenvolvimento cultural do Brasil. Sérgio Buarque de Holanda, com Raízes do Brasil principalmente, influenciou muito o desenvolvimento do nacionalismo no Brasil. Em este ensaio, Sérgio Buarque de Holanda buscou entender como se fez o processo da formação do Brasil como nação. Analisou a história desde a chegada dos ibéricos à América até os anos 1930. Este livro, como apontou Antônio Cândido, formou a mentalidade de muitos estudantes a partir de 1936, quando foi publicado6. Nesse livro, Sérgio Buarque de Holanda não só analisa o passado mas também dá os objetivos brasileiros para o futuro, principalmente no último capítulo do livro (Nossa Revolução). Raízes do Brasil demonstrou que a independência do Brasil não se fez em 1822, pois a formação de uma nação não só se devia entender em relação à administração. O Brasil, para o autor, só seria independente quando não houvesse mais marcos, a não ser o passado, da era colonial. O retrato que Sérgio Buarque fez do livro é extremamente comparativo e psicológico. O conceito de "homem cordial", que estudou em seu quinto capítulo, caracterizou o brasileiro como tendo uma personalidade única, diferente da dos europeus. Mas, como disse, "com a simples cordialidade não se criam os bons princípios"7. Por isso, defendeu tanto a industrialização e a centralização do poder, pois eram características da era pós 30 Sérgio Buarque de Holanda, com Giberto Freyre, formavam uma nova ala de intelectuais inovadores do Brasil. São os fundadores da Universidade de Ciências Sociais do Brasil e são os pioneiros dos movimentos nacionais e a favor da democratização da sociedade. Raízes do Brasil, mas também outros livros como Casa-Grande e Senzala de Gilbetro Freyre, quebra com todos os pensamentos expostos antes da Revolução de 1930. Como aponta Renato Ortiz, "o que era mestiço torna-se nacional" 8. Na República Velha, como o mostra Os Sertões de Euclides da Cunha, todas as raças que não fossem brancas eram inferiores. Mas, com suas obras, o entendimento popular da escravidão transformou-se muito. Sérgio Buarque de Holanda entende que não adianta mais separar o mundo em classes. Mas uni-las para formar uma nação.
Vem daí a crítica dos sociólogos dos anos 30 aos movimentos integralistas (fascismo brasileiro) e comunistas. Nisto ele foi importantíssimo para a Revolução de 1930 pois os grupos extremistas já estavam bem fortes e, com sua obra-prima, queriam até tomar o poder. Mesmo não sendo oficialmente marxista, sua análise do processo histórico que abriria, no futuro, a total independência do país em relação à agricultura e à Europa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário