Cultura: carnaval
GRES Acadêmicos do
Salgueiro
Grêmio Recreativo
Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro é uma escola de samba, das mais
populares do Rio de Janeiro, atualmente está sediada na Rua Silva Teles, no
bairro do Andaraí. Anteriormente era sediada na Rua dos Junquilhos, no bairro
da Tijuca.
Foi fundado em 5 de
março de 1953
a partir da
união de duas escolas de samba do Morro do Salgueiro: Azul e Branco e Depois eu
Digo. A Unidos do Salgueiro, terceira escola existente naquela localidade e que
tinha como representante maior o sambista Joaquim Calça Larga, não concordou
com a fusão e, por esse motivo, ficou de fora. Mais tarde, desapareceu. Em seu
primeiro desfile, com o enredo "Romaria à Bahia" em 1954,
a Acadêmicos
do Salgueiro surpreendeu o público e alcançou a terceira colocação, à frente da
Portela.
O primeiro presidente
do Salgueiro foi Paulino de Oliveira e nos anos que se seguiram, a escola ousou
ao tratar de enredos que colocassem os negros em destaque, e não como
figurantes. É exemplo marcante desse novo estilo, Navio Negreiro (1957). Mas
foi em 1958, sob a presidência de Nélson Andrade, que a agremiação adotou o
lema que traz até hoje: nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente. Foi
Nélson Andrade o responsável pela ida do carnavalesco Fernando Pamplona para o
Salgueiro, em 1960, dando início a uma grande mudança no visual da escola.
Pamplona criou uma equipe formada por ele, o casal Dirceu e Marie Lousie Nery,
Arlindo Rodrigues e Nilton Sá, revolucionou a estética dos desfiles das escolas
de samba. Essa tendência foi reforçada com a chegada de Fernando Pamplona e, posteriormente,
de Arlindo Rodrigues, que resgataram personagens negros que enriqueceram a
história do Brasil, embora fossem pouco retratados nos livros escolares, como
Zumbi dos Palmares (Quilombo dos Palmares - 1960), Xica da Silva (Xica da Silva
- 1963) e Chico Rei (Chico Rei - 1964).
Na década de 1970,
a escola
consagra o jovem artista plástico Joãozinho Trinta, que foi aluno de Pamplona,
nos memoráveis desfiles de 1971, Festa para um Rei Negro (samba composto por
Zuzuca, tendo como carnavalesco Joãozinho Trinta com o qual obtém seu 5º
título) e o bicampeonato em 74/75 com Rei de França na Ilha da assombração
(samba composto em 1974 por Zé Di e Malandro tendo como carnavalesco Joãozinho
Trinta que lhe rendeu seu 6º título do carnaval carioca) e As minas do rei
Salomão (samba composto em 1975 por Nininha Rossi, Dauro Ribeiro, Zé Pinto e
Mário Pedra e tendo como carnavalesco Joãozinho Trinta com o qual conquistou
seu 7º título).
Nos anos 1980
a escola
amarga uma série de insucessos, disputas internas causaram afastamento de
salgueirenses históricos e vê a ascensão de escolas como: Beija-Flor,
Imperatriz e Mocidade Independente, cujos desfiles eram confeccionados por ex carnavalescos
do Salgueiro, como Joãozinho Trinta, Arlindo Rodrigues e Rosa Magalhães.
O jejum de títulos é
quebrado em 1993 com o surpreendente Peguei um Ita no Norte, de Mario Borrielo,
Demá Chagas, Arizão, Celso Trindade, Bala, Guaracy e Quinho e com o
carnavalesco Mário Borriello, esse desfile foi responsável por um dos momentos
mais inesquecíveis do carnaval carioca e por um dos melhores sambas-enredo que
a Sapucaí ouviu.
Nos últimos anos seu
carnaval foi feito pelo carnavalesco Renato Lage que foi discípulo de Fernando
Pamplona e Arlindo Rodrigues. Com a morte dos patronos Maninho e Miro Garcia, a
vermelho-e-branca precisou mais do que nunca se unir para apresentar um grande
desfile com o enredo “Do fogo que ilumina a vida, Salgueiro é chama que não se
apaga”. O desafio foi vencido. O excelente desenvolvimento do enredo de Renato
Lage e Márcia Lavia contava a história e a importância do fogo para a
humanidade. A plástica do tema iluminou os carnavalescos a criarem um belíssimo
trabalho de cores quentes e formas originais inspirados no elemento. O
Salgueiro desfilou com uma garra que há muito tempo não se via. Exceto por
problemas em duas alegorias, que tiveram dificuldade de passar pelas árvores
não podadas da Presidente Vargas, a escola foi extrema em sua excelência e
incendiou a avenida, credenciando-se ao título. Porém, na abertura dos envelopes,
apenas a 5ª colocação foi reservada à escola.
Golpe maior a escola
sofreria no ano seguinte, quando levou para a avenida o enredo Microcosmos, o
que os olhos não veem, o coração sente, criado por Renato Lage e Márcia Lavia.
Já contando com a estrutura do barracão na Cidade do Samba, a escola sentiu o
peso de abrir o desfile do Grupo Especial, com um público ainda frio e pouco
receptivo. O resultado final foi a 11ª colocação, a pior da história do
Salgueiro.
Para se reerguer, em
2007 o Salgueiro foi em busca de suas raízes para encontrar, na África
Oriental, a história das Candaces, rainhas negras que governaram o Império
Meroe, sete séculos antes de Cristo. Tudo pareceu perfeito para mais uma
vitória - ou pelo menos o vice-campeonato. A escola fez um desfile brilhante e
saiu aclamada pelo público e pela imprensa como postulante ao título. Uma boa
colocação parecia certa para a escola (e para o público em geral). Essa
expectativa durou apenas até a leitura das primeiras notas, na quarta-feira de
cinzas. Inexplicavelmente os jurados deram notas baixas à escola. Afastada da
luta pelo campeonato, o Salgueiro terminou a apuração em 7º lugar. Em 2008,
falando sobre a cidade do Rio de Janeiro, o Salgueiro conquista o
vice-campeonato.
Após o
vice-campeonato, o Salgueiro realizou eleições para a escolha da diretoria
executiva, responsável pelo comando da escola no triênio 2008/2010. A vencedora
foi a candidata da situação, Regina Celi Fernandes Duran, segunda mulher na
história a presidir a escola.
Para 2009,
a escola
escolheu o enredo Tambor, de Renato Lage. O samba enredo vencedor foi composto
por Moisés Santiago, Paulo Shell, Leandro Costa e Tatiana Leite. Graças a esse
enredo, o Salgueiro ganhou o campeonato deste ano, com um ponto de diferença da
vice Beija-Flor e quebrando um jejum que durava 16 anos.
Para o carnaval de
2010, o Salgueiro desenvolveu com o carnavalesco Renato Lage, o enredo
"Histórias sem fim" contado a história do livro, que vem da
Antiguidade até os tempos modernos. no entanto terminou a apuração na 5º
colocação.
Em 2011, o Salgueiro
contou a história do cinema no Rio de Janeiro. O enredo foi desenvolvido por
Renato Lage e com a volta de sua mulher, Márcia Lage. Além disso, a direção
resolveu fazer igual à escola-madrinha, com 3 intérpretes: com efetivação de
Leonardo Bessa e Serginho do Porto, que antes eram apoio do carro de som, ao
lado de Quinho. Ronaldinho que estava na escola há 10 anos, foi substituído por
Sidcley, ex-mestre sala da Grande Rio. Problemas na entrada de três grandes
carros, como um King Kong agarrado ao prédio do relógio da Estação Central do
Brasil, acabaram por atrasar a escola, comprometendo sua evolução e,
principalmente, gerando uma punição de 1 ponto pelo estouro do tempo máximo em
10 minutos. Mesmo assim, diante do belíssimo desfile a escola terminou na 5ª
colocação, voltando para o desfile das campeãs.
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