quinta-feira, 31 de março de 2011

8ªB Lazer,Cultura e Profissões Grupo A


junho 21, 2005

A PROFISSÃO MAIS DIGNA MAS....

Este texto custa mas ... é em grande parte verdade.
"É a de professor. Digo-o e escrevo-o com toda a convicção: ser professor é a mais digna das profissões. Não é preciso convencer ninguém disso. Basta ser pai. Basta ter filhos na escola. E perceber em que mãos os deixamos, em quem estamos a confiar o seu futuro.
Um banqueiro, e pai, afirmava a este jornal, há uns meses, em entrevista, que a educação é aquilo que cada vez mais marca a diferença entre um cidadão de pleno direito e um excluído. É isso. Edu ca ção é cidadania. Não a rotina demencial, o empinanço de rios e serras, como alguns saudosos e bolorentos ainda defendem.
Os filhos da globalização já não têm províncias ultramarinas para decorar. Algo de muito mais difícil é-lhes exigido: preparem-se. Essa preparação significa habilitação para, a qualquer momento, mudar de emprego, mudar de profissão e mudar até de país.
Acreditamos, portanto, que as nossas crianças sejam educadas, em casa por pais preocupados, na escola por professores informados. E sobretudo, em casa ou na escola, por adultos conscientes.
O que é grave na contestação em curso, no braço-de-ferro entre «profs.» e Governo, não está nas «questões técnicas» da greve. Pouco im porta se é legal ou ilegal fixar «serviços mínimos». Nem interessa discutir se o professor grevista deve, ou não, ficar sujeito a processos disciplinares.
Os sindicalistas agarram-se às questões processuais, aos aspectos formais, porque evitam falar das razões, certamente cobrem-se de vergonha ao promover uma greve por aqueles motivos.
Sim, se os professores são responsáveis pelos cidadãos do futuro, se a sua conduta é exemplar, que exemplo estão a dar às crianças que educam?
Que não aceitam um sistema de progresso são na carreira mais exigente e mais rigoroso? Que a sua idade de reforma se deve manter nos 60 anos, sem uma justificação plausível?
É este discurso dos direitos adquiridos compatível com a cultura de responsabilidade? Uma cultura que o país definitivamente não tem e muito menos se pode dar ao luxo de assim continuar por mais uma geração?
E como é que podem os representantes sindicais exigir sentido de Estado à ministra, se lhes faltou sentido moral ao marcarem este protesto para os dias de exames nacionais?
Para justificar a greve, garantem que os exames são trabalho. Em simultâneo, recusam abdicar dos pagamentos «extra» por cada prova de exame corrigida. Se é trabalho, não está incluído no salário? Que coerência é esta?
As greves são justas quando os seus motivos são justificáveis. Noutras circunstâncias, um boicote a exames molesta famílias e perturba os estudantes. O conflito de interesses existe sempre, mas pode ser compreensível. Assim, é ofensivo.
Não há como evitar a conclusão. Se a educação dos nossos filhos está em boas mãos, então os nossos professores estão muito mal representados. Os sindicatos avisam a ministra que ela não pode dirigir o ensino com outros professores. Mas os professores têm a obrigação de escolher outra gente que os represente.
Estes perderam o sentido de nação. Quando andaram na escola, foram muito mal educados.

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