A
Engenharia Florestal como atividade no Brasil, existe desde que o Brasil é
Brasil, isto é, século XVI. Contudo, a atividade, como profissão, teve seus
primeiros contornos no século XIX quando houve a tentativa de se formar
Silvicultores de nível superior conforme Decreto
Imperial 5.957, de 1875. Ao longo do
período de 1875 até 1933, a
atividade de silvicultura foi legada aos agrônomos em eventuais referências em
disciplinas do curriculum universitário.
Em 1933 as atividades de “reflorestamento,
conservação, defesa, exploração e industrialização de matas” passaram a ser
atribuições legais dos engenheiros agrônomos, mesmo não recebendo instrução
acadêmica para tal. Com o advento do Código Florestal de 1934, o ensino e a
formação de profissionais florestais ficaram oficializados, prevendo a formação de agentes florestais; contudo, não implantada. Essa tentativa foi realizada
novamente conforme a Lei 1.514/39, instituindo “Cursos de
Aperfeiçoamento e Especialização” regulares titulando “Agrônomo Silvicultor”,
os quais apresentaram sérios problemas de operacionalização.
A
formação específica de profissionais Engenheiros Florestais só foi abordada no
Brasil a partir de 1948, na Conferência
Latino-Americana Florestal e de Produtos Florestais onde foi recomendada a criação do
Instituto Latino-Americano de Ciências Florestais pela Subcomissão sobre
Florestas Inexploradas da FAO (1947). A importância ambiental e comercial das
florestas nativas no período pós-guerra e a pouca
repercussão das tentativas até então experimentadas nas escolas de agronomia
sugeram a criação de cursos de Engenharia Florestal nos modelos norte europeu e
americano. A FAO contratou estudo para localização de curso de Engenharia
Florestal pioneiro na América Latina, onde houve zoneamento em 7 regiões em
função da localização de florestas nativas e, apesar de três destas se
localizarem no Brasil, foi o Chile o país contemplado, seguindo-se Argentina e
Colômbia com estabelecimento de cursos apoiados pela organização internacional.
Em 1949,
o Anuário Brasileiro de Economia Florestal faz referência à necessidade de se
formar Engenheiros Florestais, o que continuou a sugerir até 1962. Em 1950, de acordo com Pereira (15), iniciou-se a consciência de criação de cursos de Engenharia Florestal e
formação de Engenheiros Florestais no nosso País. No I Congresso Florestal Brasileiro, realizado em
1953, foram apresentadas diversas moções de criação de Escola de Florestas,
sugerindo localizações, oportunidades, necessidades e justificativas, onde há
relatos interessantes sobre a pouca importância dada aos ensinamentos da
silvicultura, manejo e industrialização florestal nos cursos de agronomia. A
partir das recomendações do congresso surgiu um projeto de lei para
estabelecimento de curso de Engenharia Florestal; contudo, com fraco
acompanhamento de tramitação. No ano de 1957, na
Reunião Florestal de Itatiaia, é citada a necessidade da criação de Curso de
Engenharia Florestal, onde se decide pelo melhor acompanhamento do projeto de
lei na Câmara Federal de Deputados.
As negociações sobre o
assunto junto ao governo federal progrediram com os ministros da Agricultura, Mario David Meneghetti; da Educação
e Cultura, Clóvis Salgado da Gama, tendo sido o Professor Catedrático de
Silvicultura em Viçosa, Arlindo de Paula Gonçalves fundamental participação
para este acontecimento (CAPDEVILLE,1991). As negociações no âmbito legislativo
tiveram integral apoio de Juscelino
Kubitshek, com uma condição básica; desde que fosse em Minas Gerais. Outras
localidades sugeriam receber uma escola pioneira, como São Paulo, Rio de
Janeiro, Paraná e Pará.
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